Os crimes registrados contra mulheres em Tapejara no primeiro semestre de 2025 somaram 56 ocorrências, uma queda de 9,7% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram 62 casos. Os dados fazem parte dos “Indicadores da Violência Contra a Mulher - Lei Maria da Penha”, da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.
Se comparado com o primeiro semestre de 2023, quando o município contabilizou 91 registros de crimes contra as mulheres, a redução chega a 38,5%.
A delegada Taís Neetzow, explica que a redução no número de crimes contra mulheres em Tapejara é fruto do trabalho de conscientização feito por toda a rede de proteção, que envolve os órgãos de segurança pública, como Polícia Civil, Brigada Militar, Ministério Público, Poder Judiciário e Defensoria Pública, e também pelos órgãos de saúde e assistência social, sejam eles municipais, estaduais ou federais.
“A atuação de todas as instituições com o mesmo objetivo, reflete positivamente na redução dos índices de violência contra a mulher. Também vários mecanismos foram sendo agregados, como a facilitação do acesso aos registros de ocorrência, solicitações de medidas protetivas e monitoramento por tornozeleira eletrônica do agressor”, destaca Taís.
Com relação aos tipos de crime, os casos de lesão corporal foram os únicos que apresentaram aumento na comparação dos semestres, passando de 21 no ano passado para 24 ocorrências neste ano, um aumento de 14,3%. Os casos de Ameaça apresentaram queda de 13,5% no período, caindo de 37 para 32 ocorrências. Os crimes de Estupro também tiveram redução expressiva: nenhum caso foi registrado neste ano. Em 2024 no mesmo período, Tapejara contabilizava quatro ocorrências. Os casos de Feminicídio Consumado e Feminicídio Tentado se mantiveram zerados nos dois anos no 1° semestre.
“No quadro geral temos uma redução significativa nos índices, o que a meu ver é reflexo da melhoria do atendimento à mulher e da resposta ao combate desses crimes. Consequentemente, há também a conscientização dos agressores de que vai haver uma resposta definitiva”, enfatiza a delegada.
Agosto Lilás
O Agosto Lilás é uma campanha que busca mobilizar e conscientizar a sociedade, promover debates e divulgar os canais de denúncia para crimes de violência cometidos contra mulheres. A escolha do mês se deu pela sanção da Lei Maria da Penha (Lei Federal nº 11.340/2006), assinada no dia 7 de agosto, marco fundamental no enfrentamento da violência doméstica no Brasil.
“Campanhas como essa se destacam por trazer à tona o assunto e renovar o conhecimento das pessoas. As mulheres se sentem mais seguras a partir dessas campanhas e temos respostas nesse sentido”, comenta Taís.
Canais de denúncia
A vítima ou qualquer pessoa que presencie um ato de violência pode e deve denunciar. O canal mais conhecido para a denúncia é o Ligue 180, um serviço de atendimento especializado gratuito e que funciona 24 horas por dia. Também é possível registrar ocorrência pelo Disque 100, que atua na proteção dos direitos humanos e recebe denúncias de diferentes tipos de violência, incluindo a contra mulheres. A Brigada Militar (BM) pode ser acionada em casos de emergência pelo telefone 190. A denúncia também pode ser feita pela Delegacia Online RS, disponível no site da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, ou presencialmente na Delegacia.