Foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (28), a Operação PO’I MAG (Grande Líder), que visa coibir conflito indígena e investigar diversos crimes ocorridos em 2025 na Reserva Indígena de Nonoai.

Durante a ação, coordenada pela Polícia Federal (PF), foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Federal de Passo Fundo, sendo 14 mandados na Aldeia Sede e oito mandados na Aldeia Bananeiras, ambas integrantes da Terra Indígena Nonoai. 

Segundo a PF, o inquérito policial decorre do intenso conflito armado entre dois grupos indígenas rivais, que disputam a liderança da Reserva - que possui aproximadamente 16 mil hectares de extensão territorial - formada por três Aldeias: a Aldeia da Sede, que fica em Nonoai/RS; a Aldeia Bananeiras, localizada no Município de Gramado dos Loureiros/RS; e a Aldeia Pinhalzinho, situada no Município de Planalto/RS, sendo que todas as Aldeias eram lideradas pelo mesmo cacique.

Além da PF, participaram da operação policiais do 3º Batalhão de Choque e do CRPO Norte da Brigada Militar, sendo cerca de 100 policiais federais e 80 policiais militares.

Relembre os casos

Em março deste ano, um grupo de indígenas declarou a “independência” do cacicado da Aldeia Sede, formando uma nova liderança. A ação motivou o início dos conflitos, que resultaram em quatro tentativas de homicídio e incêndios que afetaram 25 residências da Aldeia Sede. 

Posteriormente, no mês de maio, foi registrado um homicídio consumado e outras duas tentativas de homicídio, além de diversos crimes de dano e disparo de arma de fogo.

As investigações indicam ainda que os indígenas podem ter recebido apoio de facções criminosas locais, tanto no que se refere ao fornecimento de armas de fogo, quanto na contratação de milicianos para atuarem no conflito. O fato ainda está em apuração.

As medidas judiciais 

Conforme a PF, as medidas judiciais realizadas com a deflagração da Operação têm por objetivo fazer cessar a violência, trazendo tranquilidade e paz para a comunidade indígena e para os moradores dos municípios que integram a Terra Indígena, além de coletar informações e provas que auxiliem nas investigações.

Os crimes investigados no inquérito policial são de homicídio qualificado (consumado e tentados), constituição de milícia privada, lesões corporais, ameaças, vias de fato, incêndios criminosos, porte ilegal de arma de fogo de calibre restrito, dentre outros.