A adultização infantil ganhou destaque no debate público, após vídeo publicado pelo influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, no dia 6 de agosto. O vídeo - que conta com mais de 49 milhões de visualizações - apresenta um tema que pode parecer distante da realidade de Tapejara, município de 25.226 habitantes - conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - e sem nenhum grande influenciador digital menor de idade.
Porém, segundo a psicóloga infantojuvenil Jamili De Abreu Resenes, o debate vai muito além, já que o fato de uma criança apenas possuir redes sociais já pode trazer consequências. "Mesmo que seja cuidado pelos pais [rede social], aquele bebê já não passa a ser bebê, porque ele já está inserido na rede social, no meio social, de uma forma que não deveria", explica.
A psicóloga também explica que essa exposição nas redes ou às telas, antes da idade correta, pode gerar consequências que vão acompanhar a criança ao longo de toda a vida. "Elas buscam muito o efeito de estar fisicamente e emocionalmente como o que estão assistindo. Com isso, estamos desenvolvendo crianças com ansiedades, baixa autoestima, sem confiança em si mesmas, muita dificuldade de aprendizagem e com questões de imagem sexualizada", destaca.
Localmente, a oferta de atividades que façam com que crianças sejam de fato crianças, e o cuidado e apoio familiar contribuem para o bem-estar e a formação integral das crianças. "Hoje Tapejara acaba sendo bem evoluída na questão de comportar muitas atividades para as crianças, em que elas consigam ser crianças de verdade e não estarem inseridas em um meio que não é delas, mas sim de adultos", completa Jamili.