Diante do aumento da tensão por causa das disputas de terra no Norte do RS, uma audiência pública foi marcada para o dia 25 de agosto, em Getúlio Vargas. O objetivo é discutir os processos de demarcação de terras indígenas e os impactos para os agricultores da região. A iniciativa é do deputado estadual Paparico Bacchi e será realizada às 15h na sede do Sindicato Rural (Rua Irmão Gabriel Leão, nº 145), por meio da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.
Conflito antigo, tensão atual
A região vive uma disputa histórica por território entre indígenas – principalmente da etnia Kaingang – e famílias de agricultores nos municípios de Getúlio Vargas, Erechim e Erebango. O problema começou no século passado, quando o Estado distribuiu títulos de terra em áreas já tradicionalmente ocupadas por indígenas. Agora, essas comunidades reivindicam a retomada dessas áreas, que consideram parte de seu território ancestral.
O clima esquentou em julho. No dia 21, cerca de 20 indígenas Kaingang ocuparam uma propriedade rural em Ventarra, interior de Erebango. Um trabalhador que estava na área foi expulso. Vídeos nas redes sociais mostram os indígenas chamando o ato de “retomada” e convidando outros para se juntar ao acampamento. O dono da terra registrou ocorrência e vai pedir a reintegração de posse.
No dia seguinte, 22 de julho, a Brigada Militar foi até o local. Encontraram bloqueios nas estradas e começaram a monitorar a região. Também participaram de reuniões com produtores no Sindicato Rural de Getúlio Vargas.
Segundo Luiz Carlos da Silva, presidente do Sindicato Rural, os agricultores deixaram a área ocupada para evitar confronto direto. Ele afirma que o número de cabanas indígenas no local segue crescendo. A Brigada continua presente, tentando manter a ordem e evitar novos enfrentamentos.
Agora, o desfecho está nas mãos da Justiça Federal.